Universidades preparam aumentos de propinas para 2025/2026
As universidades privadas em Angola estão autorizadas, via decreto, a reajustar as suas propinas no próximo ano letivo (2025/2026) com base na taxa de inflação homóloga apurada em maio — este ano de 20,74%. A medida visa alinhar os valores das propinas com a realidade económica, mas tem gerado apreensão entre estudantes e académicos.

Por decreto, as instituições privadas de ensino superior podem aumentar até 20,74% sobre as propinas atuais. Este é o terceiro ano consecutivo em que o reajuste segue a taxa de inflação homóloga de maio, aplicada como referência para ajustes anuais.
Algumas universidades já anunciaram planos de reajuste. Por exemplo, na Universidade Metodista, há cursos com propinas previstas de 79.446 Kz, representando um aumento de cerca de 21% — acima do previsto. Jorge Pinto, ex-presidente dos estudantes da Universidade Nelson Mandela, alerta que esta subida pode comprometer a capacidade de pagamento dos alunos e das suas famílias.
O economista Agostinho Mateus, professor universitário, sustenta que apesar de, em teoria, ajustar preços com base na inflação ser viável, em Angola falta controle sobre o poder de compra. Ele defende uma abordagem equilibrada, que considere tanto a inflação quanto a capacidade financeira dos estudantes.
Voz dos Universitários
Estudantes do Instituto Superior Politécnico Maravilha manifestam frustração. Um deles questiona:
“Não se percebe como é que em todos os anos as instituições têm que falar em aumentos… nem notamos melhorias nas infraestruturas.”
Eles lamentam que os aumentos continuados não sejam acompanhados por melhorias visíveis em instalações, recursos e condições de ensino.
Histórico da Inflação
Em maio de 2023, a inflação homóloga foi de 10,62%; em 2024, 30,16%; e em maio de 2025, 20,74% — índices que refletiram diretamente nos reajustes das propinas desde então.
O reajuste de propinas, embora justificado pela inflação, coloca sobre os estudantes uma carga financeira crescente. É urgente que os responsáveis institucionais equilibrem a sustentabilidade financeira com o acesso igualitário à educação, ajustando não apenas os preços, mas também investindo em qualidade e infraestruturas.