Litro de Gasóleo Passa a Custar 400 Kwanzas

A partir da meia-noite do dia 4 de julho de 2025, o preço de venda ao público do gasóleo em Angola será reajustado de 300 kwanzas para 400 kwanzas por litro, segundo comunicado do Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo (IRDP). Essa é a segunda alta do ano, intensificando o processo de retirada gradual dos subsídios aos combustíveis iniciado em junho de 2023.

EDACO
  • 05/07/2025
    Litro de Gasóleo Passa a Custar 400 Kwanzas

    Apesar do aumento do gasóleo, os preços da gasolina, do petróleo iluminante e do gás de petróleo liquefeito (GPL) permanecem inalterados, conforme estabelece o regime de preços regulados. Essa política de reajustes faz parte da estratégia do governo de alinhar os preços internos aos valores praticados no mercado internacional, com base no Mecanismo de Ajustamento Flexível e na paridade de importação ou exportação, conforme definido no Decreto Executivo n.º 81/23 de 1 de junho.

    Desde o início do processo, a gasolina já havia sido elevada de 160 kwanzas para 300 kwanzas por litro (+87,5%), enquanto o gasóleo saltou de 135 para 400 kwanzas (+196%), representando um aumento acumulado de mais de 120% desde junho de 2023. O objetivo declarado do governo é reduzir o peso dos subsídios na despesa pública—que somaram cerca de 1,98 biliões de kwanzas em 2022—e realocar os recursos para áreas prioritárias como saúde e educação, com uma economia anual prevista de aproximadamente 400 mil milhões de kwanzas.

    Embora a mudança seja apresentada como necessária para equilibrar as contas públicas, o reajuste enfrenta críticas por aumentar os custos de vida e onerar setores chave como transportes, agricultura, pesca e indústria, afetando especialmente as camadas de menor renda. Para amenizar os impactos sociais, o governo implementou medidas de mitigação, incluindo subsídios direcionados a agricultores e pescadores, além de fortalecer programas sociais como o Kwenda, que oferece transferências diretas a famílias vulneráveis.

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) apoia essa medida, argumentando que os subsídios tendem a favorecer desproporcionalmente as camadas mais ricas e que sua redução pode trazer maior eficiência econômica. No entanto, persiste a preocupação com os efeitos inflacionários, que pressionam ainda mais o poder de compra da população .

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